Atualização - Upgrade de BIOS - Parte 1
Memória RAM e ROM
Existem duas classes de memórias usadas nos computadores: RAM (Random Acess Memory) e ROM (Read-Only Memory). A RAM precisa ser alimentada para manter os dados nela gravados e estes podem ser alterados, enquanto a ROM não precisa de alimentação para guardar dados bem como não pode ter seus dados alterados. As memórias usadas para armazenar BIOS em placas-mãe são um tipo de ROM que permitem alteração de seu conteúdo.BIOS, Setup e POST
Toda placa-mãe possui uma memória ROM onde fica gravado a primeira camada de software do computador. Este software chama-se BIOS (Basic Imput Output System, ou Sistema Básico de Entrada e Saída). Cabe ao BIOS inicializar todos os dispositivos básicos do sistema (processador, chipset, placa de vídeo, unidades de disco) e em seguida entregar o comando ao sistema operacional. Setup é o programa de configuração do BIOS. POST (Power-On Self Test) é um programa de diagnóstico embutido no BIOS, que é executado logo que a máquina é ligada. Serve para checar os principais componentes de hardware, além do próprio código do BIOS, antes de prosseguir com o boot.RTC e NVRAM
O relógio que configuramos no Setup não é um componente do BIOS. Existe um circuito dedicado para este fim, chamado RTC (Real Time Clock - Relógio de Tempo Real).
Para armazenar as configurações que fazemos no Setup existe uma pequena memória RAM (tipicamente de 128 ou 256 bytes) chamada NVRAM (Non-Volatile Random Access Memory - Memória Não-Volátil de Acesso Aleatório), também conhecida por Memória CMOS. O termo "Memória CMOS" vem de Complementary Metal Oxide Semiconductor (Semicondutor de Óxido Metálico Complementar), que é a tecnologia usada para fabricar a NVRAM. Como a NVRAM é uma memória RAM, precisa ser energizada para não perder seus dados, o que é feito por uma bateria presente na placa-mãe.
Ambos, o circuito RTC e a NVRAM, nas placas antigas, consistiam em um circuito integrado dedicado. Hoje em dia, fazem parte do chipset, especificamente a ponte sul.
Quando realizamos um 'Clear CMOS' o que o jumper faz é interromper a alimentação da memória NVRAM. Sendo ela uma memória RAM, ao ter sua alimentação cortada, perde todos os dados armazenados. Assim, ao restabelecermos a alimentação (jumper na posição normal) e ligarmos a placa-mãe, o Setup irá identificar que não existe configuração salva na memória e emitirá um aviso de "Checksum Bad", informando que a soma de verificação dos dados anteriormente gravados não correspondem aos atuais. Podemos usar a opção para carregar as configurações padrão e então reconfigurar o que for necessário no Setup.
Informações DMI (Desktop Management Interface) - que identificam o fabricante, o modelo, e a organização dos dispositivos Plug & Play (ESCD - Extended System Configuration Data) são armazenadas no próprio chip flash ROM, em dois blocos chamados DMI Block e ESCD Block, respectivamente.
Tipos de Memória ROM
PROM (Programable ROM): Memória ROM programável, aceita uma única gravação; portanto, depois de programada não há como alterar seu conteúdo. Chamada também de OTP (One Time Programmable) ROM.
EPROM (Erasable Programable ROM): Memória ROM programável e que pode ser apagada aplicando-se luz ultra violeta numa pequena janela transparente localizada em sua superfície, assim o circuito pode ser regravado através de equipamento especial.
EEPROM ou E2PROM (Electric Erasable Programable ROM): pode ser apagada eletricamente, por isso pode ser regravada sem o uso de equipamento especial.
Flash ROM: Difere da EEPROM em três características: utiliza tensões de apagamento menores, o apagamento é mais rápido e não há possibilidade de se apagar apenas um endereço. Este tipo de circuito é o mais usado em placas-mãe para armazenamento do BIOS. Chamadas de "Parallel Flash ROM", são comuns tanto no formato DIP-32 quanto PLCC-32. Hoje, entretanto, são mais comuns tipos de Flash ROMs que usam barramentos seriais, como:
Flash ROM LPC: As memórias Flash ROMs usavam originalmente um barramento paralelo (tipicamente 8 bits) para comunicar-se com o sistema usando o barramento ISA. Em 1997, a Intel criou o barramento LPC (Low Pin Count), um barramento serial de dados, para substituir o ISA na comunicação de todos os componentes "lentos" de entrada/saída, como o BIOS e dispositivos acessados através de um chip Super I/O (drive de disquete, portas PS/2, paralela, serial, etc). Sua vantagem é usar menos linhas de dados e possuir melhor velocidade, o que facilita o projeto para os fabricantes, além de abandonar o arcaico ISA. A maioria dos chips Flash ROM LPC usa o formato PLCC-32.
Flash ROM FWH: FWH (Firmware Hub) é uma modificação na interface do barramento LPC, que mantém compatibilidade com a interface original. Ao contrário do barramento LPC, que é uma especificação aberta livre de royalties, a interface FWH é uma tecnologia proprietária da Intel. Por isso, apenas algumas placas com chipsets Intel usam chips Flash ROM FWH.
Flash ROM SPI: Mais recentemente, placas mãe fabricadas a partir de 2006 passaram a utilizar Flash ROMs que usam o barramento SPI (Serial Peripheral Interface), também serial. A diferença é que os chips SPI são menores, usando geralmente o formato DIP-8.
Categoria: Técnicas de manutenção
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